Acara Cary e A Fantástica História dos Índios Tabajaras


Para quem não conhece a fantástica história dos Índios Tabajaras ela poderá, à primeira vista, parecer inverídica. Principalmente considerando-se de onde vieram -, são índios brasileiros autênticos, da raça tupi-tabajara, nascidos na remota e agreste serra de Ibiapaba, dentro do então isolado município cearense de Tianguá, na divisa com o Piauí -, e tendo alcançado, no chamado mundo civilizado, o que alcançaram.

Na língua tupi, receberam os nomes de Muçaperê e Erundi, que significam O Terceiro e O Quarto, pois estavam nessa ordem de nascimento dos filhos do cacique Ubajara, ou Senhor das Águas, ao todo trinta e quatro irmãos.

Chegando no Rio de Janeiro, registram-se com novos nomes, Antenor e Natalício. Em torno de 1945, fizeram uma primeira apresentação na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro utilizando o nome de Índios Tabajaras.
Em 1953, gravaram pela Continental um disco com o baião "Tambor índio" e o galope "Acara Cary" (Garça Branca), ambas de Muçaperê...e assim começaram...
Parece inverídica, mas é a vida real e fantástica de dois índios, de uma aldeia esquecida numa serra brasileira, que um dia iniciaram sua jornada, rumo ao sucesso, nacional e internacional, viajando a pé. Não falavam português e a caminhada durou cerca de três anos nos quais a dupla entrou em contato com cantadores e violeiros das regiões pelas quais passaram, até chegar no Rio de Janeiro.
Da dupla apenas Natalício Moreira Lima – o genial Nato Lima estava vivo e residia em Nova Iorque, onde fizeram muito sucesso. Faleceu em 16/11/2009, aos 91 anos.
Incrível! O Brasil não conhece o Brasil!

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